quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mel vira estrela!

Porém enquanto Zorro crescia a cada dia e ganhava peso, Mel continuava mirradinha e não conseguia acompanhar o irmão. Zorro corria, Mel corria atrás, mas logo cansava; Zorro escalava, Mel escalava com dificuldade; Zorro comia, Mel comia, mas dormia em cima do prato.

Éramos marinheiros de primeira viagem no mundo felino, e não imaginávamos que tudo isso escondia o que estava por vir.

Porém nesse processo, eu estava particularmente preocupada: nunca tivera alergia na vida! De fato, nem quando Nelsinho passou um tempo conosco, nem durante nosso processo de adoção dos meninos, eu manifestaram qualquer sintoma que pudesse indicar alergia a gatos.

Mas eu estava sentindo uma forte dor no peito há 03 dias e que veio acompanhada de muita falta de ar. E como não quis me desfazer dos meus meninos, decidi investigar o que estava acontecendo comigo, começando por "esterilizar" a casa, aspirando todos os pelos, eliminando toda a poeira, mas nada adiantava.

Me lembro que na madruga do domingo, de 08 para 09 de agosto, fui ao banheiro e me deparei com Mel na sua liteira, com uma ligeira diarréia. Voltei para dormir, e antes de sair para o trabalho avisei a Dan: Mel está com começo de diarréia.

Durante a manhã, continuei a sentir fortes dores no peito e falta de ar... liguei para casa e Dan me disse: "Dé, a diarista estava fazendo a faxina, e coloquei os meninos no quarto de visitas. Quando eu abri a porta do quarto, Mel estava toda suja de fezes e sujou também todo o chão. Aí a levei para tomar banho".

Na mesma hora eu gelei, porque pensei: "Meus Deus, gato é um dos animais mais limpos que se têm notícia... não se sujam por nada, e ainda mais com as próprias fezes. E, mais, ela só tem 35 dias de vida, ainda não é indicado tomar banho".

Saí do trabalho e fui direto para casa... lá chegando estava minha menina quietinha, acuada, mas logo que me viu ronronou. Gelei de novo: Mel estava com muita falta de ar!

Não titubeei. A levamos ao vet, pediram um monte de exames, começaram a achar que poderia ser "hérnia diafragmática adquirida por eventual tombo", mas ela, que eu saiba, não tinha tombado. 

Foi uma tarde longa... o Raio X acusou uma grande mancha, mas ainda era uma incógnita. Voltei para o trabalho orando e desconfiada. Minha falta de ar tinha aumentado, e Mel estava com um quadro de, justamente, falta de ar. Tudo na minha cabeça se encaixava, mas mantive a fé.

Saí novamente do trampo, já agora direto para o vet. Passei exatas 03 horas com Mel deitada no meu pescoço, conversando com ela e colhendo os seus ronrons. Mas o horário de visitas já tinha terminado há muito tempo e tive de me despedir dela. Naquele momento, Dan chegou e se encontrou conosco...

Quando nós estávamos definitivamente indo para casa, falei com Mel: "Meu nenê, fica fortinha que amanhã mamãe volta. Te amo, pequena!". Nessa hora Mel subitamente despertou: comeu pela primeira vez, bebeu água e brincou... brincou muito, de esconde-esconde principalmente!

Me despedi chorando e foi a última vez que vi minha menina. Às 22:30h do dia 09 de agosto de 2010, Mel não resistiu.

Nunca tive coragem de ir ver seu corpo. Eu estava desolada: como uma gatinha que somente passou 10 dias conosco conseguiu mexer tanto comigo? 

No outro dia, meu marido se encarregou de sepultá-la, mas antes autorizamos sua necropsia. Mel tinha HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA: nasceu com um pulmão atrofiado e com o fígado dentro do tórax. Seu coração estava o dobro do tamanho normal, totalmente sobrecarregado. A vet me disse que ela não tinha chance de vida, que, na verdade, ela viveu mais do que o esperado para a sua condição.

A explicação que eu tenho para a sua sobrevida: muito AMOR.

E é esse amor, e é a imagem de minha Melzinha carinhosa e ´ronronnenta` que eu sempre carrego comigo.

Mel ainda vive!
 
 

Zorro se solta, Pintada volta e Mel reina!

Pintada chegou para desinibir Zorro, e deu muito certo! Mas estávamos em processo de mudança de apê e só podíamos ter 02 gatinhos...

Enquanto isso, Mel continuava o bibelô da casa, com sua carinha redonda, escalando nossa cama com seus irmãozinhos, só para ficar sempre perto da gente.

Já Zorro foi nos cativando aos pouquinhos, e Dan, bem... Dan ainda estava "traumatizado" com o escândalo que Pintada fez no caminho de casa e, ainda por cima, tínhamos decidido ter um casal de gatos!

Assim, depois de 02 dias conosco, Pintada voltou para o aconchego de sua mãe, me deixando com os olhos mareados de saudades.

Então ficou somente Zorro e Mel! E foi aí que Zorro se revelou um ciumento de primeira, incomodando-se com os carinhos que sua irmãzinha fazia e recebia. Ele disputava implicitamente a nossa atenção e ficava em estado de alerta permanente: qualquer menção que Mel fazia em estar perto de nós, ele se punha a correr e antecipava-se nos afagos.

Tudo corria muito bem, porém... (continua).

A primeira visita de Pintada

Dan, meu marido, voltou para ver os outros filhotinhos que ficaram, já que estávamos decididos a fazer nossa casa de lar temporário para um dos irmãozinhos de Mel e Zorro, até que o nosso menino deixasse o medo para trás.

Dan me liga e eu imploro: "traz Pintada dessa vez". E ele trouxe, mas sem antes me ligar do carro, contando o escândalo que a menina estava fazendo, quase arrebentando a caixa de sapato, querendo sair a qualquer custo.

A solução: colocar uma mochila em cima da tampa! Bem, sair ela não saiu. Sufocar também não, já que a caixa tinha buracos em todos os lados. Porém ela mais do que miou: berrou o caminho todo.

Dan chegou em casa assustado. E eu, ansiosa, me deparei novamente com Pintada: toda mirradinha, com um orelhão enorme saltando de sua pequena cabeça, os olhos assustados e, desde aquela época, reclamona... Mas eu já tinha me apaixonado por ela uma vez, e a segunda foi ainda mais fácil.

Assim que ela saiu da caixa, começou a cheirar tudo. Ao se deparar com Zorro, logo correu para ficar com ele, e depois com Mel. Em questão de minutos os três estavam brincando e unidos! Pareceu mágica!

Aí, corremos e tiramos a primeira foto da trupe:


                                               Na ordem: Mel, Pintada e Zorro!

Eu estava muito mais apaixonada!

Ps.: hoje os meninos estão fazendo 04 meses, e vão tomar a anti-rábica!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Enquanto isso, Melzinha...

Enquanto isso, Melzinha era a menina dos olhos da casa...carinhosa, meiga, companheira, um motorzão de ronrons, sempre nos recebendo na porta, correndo atrás da gente, subindo nas nossas pernas, barrigas, se aninhando ora no meu peito, ora no meu cangote!

Mel veio, definitivamente, para combater meu antigo medo e distanciamento dos gatos... a cada dia nos ensinava que "se o cão era prosa, O GATO É POESIA".

Totalmente adaptada, Mel se descobria nos seus 28 dias de vida, e nós descobríamos o mundo felino, e, acima de tudo, descobríamos a nós mesmos e a nossa família.

domingo, 31 de outubro de 2010

A chegada de Zorro! 02 de agosto de 2010.

Ainda queríamos dois gatinhos, então, ao devolvermos Slash, voltamos com outro para casa, lindo, pretinho e branco, com uma máscara acentuada no seu olhinho, o que impedia de vermos, inclusive, se eles estavam abertos ou fechados.

O danadinho era medroso que só. Apesar  de reencontrar sua irmã Mel  lá em casa, andava tremendo das pernas, totalmente desconfiado e assustado. Ainda procurávamos um nome para ele...

Em uma dessas suas idas e vindas da caminha para o comedouro, me ocorreu: "esse gatinho mascarado...já sei, ZORRO!". Pronto, ele estava batizado.

Porém, ao contrário do herói dos quadrinhos, Zorro estava mais para Scobby Doo...tinha medo até da sombra. O que não imaginávamos depois é que ele, de fato, se tornaria (como se tornou) um gatinho muito aventureiro e fanfarrão, aquele que apronta as maiores traquinagens e travessuras...

Mas, no começo, Zorro mal andava de tanto medo... e decidimos trazer mais um irmãozinho dele para casa, para ver se, ao vivenciarem a mesma experiência, um dos dois se soltaria e nos adotaria, principalmente porque, naquela altura, Mel já estava totamente habituada conosco e sequer ligou para Zorro...e três, para a nossa realidade e pequeno apartamento, já era demais!

sábado, 30 de outubro de 2010

A cantoria

Slash era (e ainda é) um gato lindo com sua pelagem branca, marcadas com manchas acinzentadas..., porém sua cantoria estridente foi o fator primordial para darmos a ele esse nome, mais, até, do que sua eventual semelhança física com o husky siberiano.

Slash, de fato, foi o nome mais acertado, pois seus miados incessantes e agudos lembravam, em muito, os solos de guitarra do antigo Guns N'Roses. E assim foram nossas duas noites e dias, regadas a muito miados, pois o bichinho só cessava um pouco quando o afagávamos no colo...

Porém estávamos em uma fase de correria e extremo cansaço: no pós festança de casamento e lua-de-mel, nos deparamos com a reforma do apê (e que até hoje ainda não acabou), e as súplicas de Slash, infelizmente, não encontraram coro naquele momento.

Enquanto isso, Mel se revelou uma pequeno bibelô, que, além de caber perfeitamente na palma da minha mão, de lá não saia e ainda ficava de barriguinha para cima recebendo as cócegas mais esperadas e que eram prontamente retribuídas com muitos ronrons.

Unindo-se a nossa falta de experiência, a fase cansativa, a alta cantoria de nosso gatinho e o medo de ele vir a se tornar um exímio barítono, Slash voltou, com muito pesar, para junto de seus irmãozinhos...

31 de julho de 2010. A primeira adoção!

Esse foi o dia em que eu e meu marido decidimos adotar não um, mas dois gatos...!

Bem cedo, nos dirigimos a uma Feira de Adoção, mas, para nosso desespero, só havia cachorros! E quando estávamos quase 'dando com os burros n'água', encontrei uma ex-colega de colégio que nos disse: "na casa da minha avó tem uma ninhada com quase 01 mês de vida". Eu, prontamente, com uma cara de menina pidona, emendei: "nos leva lá?".

E assim lá fomos nós ao encontro dos filhotinhos! Eram seis: meu marido ficou encantado com uma melzinha, que logo ganhou o óbvio nome de MEL, e eu gostei da mais feinha, estranha e mirradinha (que me lembrou minha irmã caçula), uma gatinha pintada com três cores, que foi batizada com o nome mais óbvio ainda: PINTADA (oh, falta de imaginação). Mas meu marido queria um casal, e eu, que já tinha ganhado a barganha do "ou dois gatos, ou nada", cedi.

Então, voltamos para casa com Mel e Slash (um gatinho branco com manchas cinzas, que depois foi re-adotado e ganhou o nome de Menelau), já aparamentados com o espólio de Nelsinho que fomos adquirindo durante as nossa diversas tentativas de adotá-lo: cama, comedouro, liteira, mimos, brinquedos e muitos livros sobre o assunto...

A festa estava feita e incursionamos de vez no mundo felino!